Foxconn I: reivindicações e direitos trabalhistas pautaram assembleia
Reivindicações dos trabalhadores e ameaças aos direitos trabalhistas encabeçaram a assembleia sindical realizada na Foxconn I, no Distrito Industrial, na madrugada desta quinta-feira (23). Representantes do Sindicato falaram sobre a realidade atual da empresa e deram detalhes sobre os dois projetos que mais incomodam a classe trabalhadora atualmente: as reformas da Previdência e Trabalhista. Além disso, os diretores sindicais fizeram duras críticas ao PL 4302, projeto aprovado ontem (22) na Câmara dos Deputados que permite a terceirização em qualquer atividade trabalhista.
Reivindicações
Os problemas de infraestrutura foram lembrados pela diretora de base, Andréa Ferreira Barbosa. “No passado, a luta foi dura para conseguir um serviço de cozinha de qualidade. Após isso, podemos dizer que melhorou muito. Atualmente estamos enfrentando o problema das catracas, que já foram trocadas mas que continuam dando problema”, disse.
O novo diretor da Foxconn I, Ronaldo de Marchi, se colocou à disposição dos trabalhadores para solucionar dúvidas e elaborar reivindicações. “Estou aqui para somar, os trabalhadores podem contar comigo para que façamos um bom trabalho. Sabemos das deficiências que existem na empresa, mas atuando juntos iremos obter grandes melhorias. Estou à disposição”, disse o diretor.
O novo diretor responsável pelas ações sindicais no Distrito Industrial, Luís Carlos de Oliveira (Lú), falou sobre políticas de cargos e salários, uma das maiores reivindicações dos trabalhadores da Foxconn I. “Muitos trabalhadores estão há três anos na empresa e não tiveram evolução salarial, porém a produção aumenta cada vez mais. Houveram denúncias de companheiros que estão trabalhando além da sua capacidade”, revelou.
O diretor também ressaltou que a empresa precisa melhorar o diálogo com os trabalhadores. “Uma empresa com o porte da Foxconn, que tem uma tecnologia de ponta e unidades dentro e fora país, precisa de lideranças competentes para que, com conhecimento e muito respeito, os trabalhadores possam produzir sem receber assédio moral”.
O sábado livre também foi outra reivindicação pautada durante a assembleia. Na unidade II da Foxconn, próxima à Rodovia Anhanguera, os trabalhadores têm sábado livre. A intenção do Sindicato é debater sobre o assunto para que a mesma medida seja aplicada na unidade I.
Realidade trabalhista
As reformas da Previdência e Trabalhista, bem como a aprovação da terceirização das atividades trabalhistas, foram pautadas durante a assembleia. A vice presidente do Sindicato, Rose Prado, não deixou de ressaltar o impacto que as três medidas terão sobre as mulheres. “Temos muitas mulheres na Foxconn, e garanto que uma parte considerável delas possuem jornada dupla de trabalho. Com essas reformas a situação irá prejudicar diretamente as mulheres, a oferta de emprego será menor e a consequência disso é o aumento da desigualdade.
Para o presidente do Sindicato, Eliseu Silva Costa, o momento é de conscientização. Ele entende que a mobilização da classe trabalhadora deverá ser intensa no enfrentamento contra a retirada de direitos. “Se não nos unirmos por essa causa, nós que pagaremos o pato. O trabalhador sairá no prejuízo, existem deputados que querem acabar com o PLR, retirar direitos. Temos que estar atentos, pois o congresso é formado por banqueiros e latifundiários. Por causa de tudo isso, somente a com muita mobilização ficaremos fortalecidos para enfrentar as ameaças”, disse o presidente.
O Sindicato colheu assinaturas dos trabalhadores para um abaixo-assinado em apoio à CPI da Previdência, de autoria do senador Paulo Paim, que tem por objetivo passar a limpo a verdade sobre o suposto “rombo” na Previdência. “à‰ uma ação necessária para mostrar que o trabalhador está insatisfeito com esse pacote de maldades que irá nos prejudicar. O Sindicato reconhece que reformas precisam ser feitas, mas precisam ser transparentes e jamais destruir a integridade do trabalhador”, finalizou Silva Costa.
Também estavam presentes na assembleia o diretor Wilson Ribeiro (Med), ao lados dos diretores de base, Daniel Silva, Vanessa de Brito Neris, Willian Pereira Reis e Francisco de Assis Caldas Pereira.
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