Campanha Salarial: Companheiros da Dexco rejeitam proposta da empresa

Os trabalhadores da Dexco rejeitaram por maioria absoluta a proposta de reajuste salarial proposta pela empresa, em assembleia realizada na tarde da quinta-feira, 14 de dezembro.

A proposta da empresa, embora seja à primeira vista boa para o trabalhador, com reajuste de 6% a partir de 1º de janeiro, esconde uma série de cláusulas que tiram direitos dos trabalhadores.

O que a empresa propõe:

  • Redução do adicional noturno de 35% para 20%.
  • Substituição da cesta básica física por um vale refeição de R$ 250, sendo que se o trabalhador tiver uma falta injustificada perde o benefício.
  • Modificação da cláusula do acidentado. Atualmente, o Acordo Coletivo assinado com a empresa garante que o trabalhador que sofre acidente no trabalho na empresa terá direito a estabilidade de emprego até adquirir o direito à aposentadoria dependendo da sequela. A Dexco quer dar apenas dois anos de estabilidade a partir da volta do acidentado ao trabalho.
  • Ainda quer incluir a Implantação da Escala Marshall sem os benefícios e os cuidados que a essa jornada deve ter, forçando o trabalho em sistema semelhante ao trabalho análogo ao escravo.

“Eu disse para o pessoal da empresa quando estávamos negociando: vocês estão dando com uma mão e tirando com a outra. Sabe qual foi a resposta da empresa”, perguntou o diretor William Pereira Reis: “É bom para o negócio”.

“Essa é uma proposta que só tira direito dos trabalhadores”, disse a diretora Rose Prado. “É bom pro negócio, mas péssimo para o trabalhador”.

O diretor Luís Carlos de Oliveira lembrou que o lucro da Dexco nesse ano e que prevê a distribuição de Juros Sobre o Capital Próprio, segundo publicado na última quarta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo, foi de R$ 174 milhões. Lucro que será pago aos acionistas até dia 31, contradizendo o alegado pela empresa que alega dificuldades financeiras.

“Para distribuir aos acionistas a empresa tem dinheiro, mas para manter os direitos e aplicar o mesmo aumento dos demais metalúrgicos do estado de São Paulo aos seus trabalhadores não tem. Para a Dexco, quando mais precarizar sua mão-de-obra, mais ela acha que pode pagar aos acionistas, esquecendo que quem produz a riqueza são seus trabalhadores”, disse o diretor.

Luís Carlos explicou também que a proposta de reajuste de 6% só é 0,5% à mais que os demais metalúrgicos e vale apenas para quem ganha até R$ 7.000. De R$ 7.000 a R$ 15.000 apenas a reposição da inflação (4,14%). E para os que ganham acima de R$ 15.000, não teria nada de aumento, pois a empresa oferece negociação direta com cada um. Portanto todo mundo sai perdendo.

“Esse sindicato sempre defendeu todos os níveis de trabalhadores que representa, pois todos são importantes na engrenagem da produção e na busca do lucro ao patrão, dividi-los em castas, para nós, é discriminação e não aceitamos isso, embora tenhamos sempre teto para a aplicação, quem ganha acima de um determinado valor sempre tem reposição fixa e não zero de aumento como o proposto, isso é um crime e não aceitamos isso” concluiu.

Também participaram da assembleia os diretores Ronaldo de Marchi e Leandro Cesar Viana Reis. Eles falaram da importância da conscientização dos trabalhadores para a manutenção e conquista de direitos.

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FOTOS: Sindicatometal

Ronaldo

Leandro

William

Rose

Luís Carlos

Ronaldo, William, Rose, Leandro e Lu

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