Centrais sindicais criticam aumento da taxa básica de juros
Centrais sindicais se manifestaram contra a nova taxa básica de juros, a Selic. Definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária) na última quarta-feira (28), em Brasília, a taxa Selic ficou em 0,5 ponto percentual.
“O governo usa o aumento da taxa para conter o consumo e segurar a inflação, mas atualmente a inflação está acima da meta do governo e não está havendo consumo por conta dos desempregos, das reduções de jornadas com redução salarial e lay offs”, avalia Luis Carlos de Oliveira (Lu), diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí, Várzea e Campo Limpo.
Para ele, a alta inflação enfrentada no país se dá mais por conta de reajustes de custos do que por um aumento da demanda. “Nossa economia está desaquecida e o aumento da taxa de juros dificulta ainda mais o acesso dos trabalhadores aos créditos e ao consumo. Infelizmente vivemos numa sociedade de consumo e esse é o momento de fazermos a economia girar para que a produção aumente e volte a gerar emprego. Esse não era o momento do Banco Central aumentar a Taxa Básica de Juros”, garante ele.
Para o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, o aumento tem efeito perverso sobre os trabalhadores e significa um bloqueio no crescimento econà´mico do Brasil. “Avaliamos que o ‘custo social e econà´mico’ do uso da Selic no controle da inflação tem se revelado ineficiente e com um custo social muito alto para o país”, afirmou.
No início da semana, um ato em protesto ao juros altos reuniu representantes da Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e a União Geral dos Trabalhadores na Avenida Paulista e em Brasília, em frente à s sedes do Banco Central.
Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o aumento da Selic “de um lado encarece o crédito e, consequentemente, enfraquece ainda mais a demanda de consumidores e empresas, dificultando assim novas elevações de preços. De outro, ele tem um papel importante no controle das expectativas inflacionárias”.
(com Agência Brasil)
