Centrais Sindicais exigem medidas enérgicas e exemplares contra atos terroristas
As Centrais Sindicais, representando os trabalhadores do Brasil, publicaram nota neste domingo, dia 8 de janeiro, exigindo medidas enérgicas e exemplares sejam aplicadas contra os atos terroristas que durante o dia depredaram os prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Superior Tribunal Federal, em Brasília.
Segundo a nota, “trata-se de um complô golpista que visa desacreditar o Estado de Direito e que, de forma criminosa, contou com a leniência do governo do Distrito Federal”.
Na tarde do domingo, manifestantes apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). A invasão começou após a barreira formada por policiais militares na Esplanada dos Ministério, que estava fechada, ter sido rompida. O Congresso Nacional foi o primeiro a ser invadido, com os manifestantes ocupando a rampa e soltando foguetes. Depois eles quebraram vidro do Salão Negro do Congresso e danificaram o plenário da Casa.
Após a depredação no Congresso, eles invadiram o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). No STF, quebraram vidros e móveis. Peças foram roubadas e danificadas.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, decretou a intervenção na área de segurança pública do governo do Distrito Federal (GDF), com prazo até 31 de janeiro de 2023.
Antes de assinar o decreto, o presidente, que estava em Araraquara-SP, condenou os atos antidemocráticos que tomaram conta da Praça dos Três Poderes e disse ter havido falha de segurança.
“Achamos que houve falta de segurança. Queria dizer para vocês que todas as pessoas que fizeram isso serão encontradas e punidas. Eles vão perceber que a democracia garante o direito de liberdade, de livre comunicação e expressão, mas vão exigir que as pessoas respeitem as instituições criadas para fortalecer a democracia”, declarou.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, afastou o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha por 90 dias. A decisão foi proferida no início da madrugada desta segunda-feira.
LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS
Exigimos medidas enérgicas e exemplares contra atos terroristas
Sindicatos devem atuar para proteger estado democrático de direito
As centrais sindicais, representando os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, repudiam veementemente a ação terrorista no Distrito Federal, implementada através da invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF.
Trata-se de um complô golpista que visa desacreditar o Estado de Direito e que, de forma criminosa, contou com a leniência do governo do Distrito Federal.
Isso é inaceitável! O Brasil não pode continuar sob o caos e a desordem que marcaram os últimos quatro anos.
Exigimos ação enérgica do governo para garantir a soberania popular, o cumprimento da Constituição e o pleno exercício da democracia. Soberania que através do voto, elegeu o presidente da República e o Congresso Nacional.
Expressamos nossa solidariedade aos membros do três Poderes da República e manifestamos nosso apoio às iniciativas e medidas necessárias e urgentes para ocuparmos a nossa institucionalidade rapidamente, com a intervenção federal no GDF.
Orientamos todas as entidades sindicais e seus dirigentes que se mantenham vigilantes, atentos às iniciativas que tomaremos e cientes que a democracia é um bem valioso, conquistado pelos trabalhadores e por toda a sociedade.
São Paulo, 8 de janeiro de 2023
Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras
do Brasil)
Antonio Neto, Presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Moacyr Roberto Tesch Auersvald, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de
Trabalhadores)
Nilza Pereira de Almeida, Secretária-geral da Intersindical (Central da Classe
Trabalhadora)
Emanuel Melato, Intersindical instrumento de Luta
José Gozze, Presidente da PÚBLICA, Central do Servidor
FOTO de abertura: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Informações: Agência Brasil e Centrais Sindicais