Coletivo Metal Mulheres faz encontro da Federação e discute integração das mulheres no mercado de trabalho
O Metal Mulheres, coletivo de lideranças sindicais de Sindicatos filiados a CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e a Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, discutiu em seu 4° encontro a inserção das mulheres no mercado de trabalho e o pacote governamental anunciado no último dia 08 deste mês.
Durante o Encontro, realizado na terça-feira, 21 de março, na sede da Federação, a técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) , Camila Yuri Santana Ikuta, mostrou que as mulheres ganham 21% que os homens e são a maioria entre os desempregados no País.
As mulheres representam 44% da força de trabalho e 55,5% dos desempregados brasileiros.
A técnica do DIEESE também avaliou o pacote de medidas anunciado pelo Governo Federal no dia 8, Dia Internacional da Mulher, especialmente o projeto de lei que visa garantir a igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função.
Para Camila Santana, o grande desafio é garantir que essa política seja implementada, uma vez que a lei que garante essa igualdade já existe, mas não é colocada em prática.
“Por que isso (igualdade de salários) não acontece? Porque não tem efetividade na fiscalização. O pacote prevê multas maiores para a empresa, mas vai exigir uma maior transparência salarial, algo que não é fácil de se conseguir”.
A técnica do DIEESE lembrou que o projeto de lei terá que ser aprovado e sua aprovação vai depender da pressão que as mulheres trabalhadoras e seus representantes no Congresso a venham fazer.
Mônica Veloso, uma das articuladoras do Metal Mulheres, explicou que a troca de experiências e informações fortalece a ação de base para organizar as mulheres nas fábricas e no sindicato, capacita as líderes para o protagonismo político no espaço sindical do setor e na pauta das relações de gênero e políticas públicas.
“Compartilhar nosso trabalho e luta, é um processo de empoderamento que, acredito, o Metal Mulheres fortalece muito. O que construímos juntas, nos permite abrir um espaço de fala que é fundamental para a pauta de gênero no setor metalúrgico “, disse.
O presidente da Federação dos Metalúrgicos e do Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí, Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista, Eliseu Silva Costa, disse que a realização do encontro fortalece a ação das mulheres metalúrgicas e a luta por igualdade de direitos.
“O Metal Mulheres faz um trabalho de articulação muito importante, valorizando a mulher metalúrgica e a luta de todas as mulheres por igualdade e justiça nas fábricas e na sociedade. A Federação dos Metalúrgicos está ao lado de nossas companheiras no mês da mulher e sempre”.
Para Rose Prado, primeira diretora mulher do Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí, Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista, e também articuladora do Metal Mulheres, a união das metalúrgicas na luta é que garante a conquista de direitos.
“Nós precisamos, cada vez mais, nos articular para levar nossa luta para o chão de fábrica, trazer novas companheiras para o movimento sindical e ampliar a participação das mulheres em todos os setores da vida pública”, avaliou Rose.
Participaram do Encontro, companheiras dos Sindicatos de Metalúrgicos de São Paulo, Cerquilho, São José do Rio Preto, Guarulhos, Baixada Santista, Osasco, Santo André e Jundiaí.
FOTOS: Sindicatometal