DITADURA NUNCA MAIS: não se comemora tortura!

Mesmo com o Brasil amargando as mais de 300 mil vidas perdidas para a COVID-19, o presidente Jair Bolsonaro encontra disposição para “celebrar” o golpe militar de 1964, que gerou uma ditadura severa que ensanguentou e acorrentou o país durante longos 21 anos. Em 17 de março, por quatro votos a um, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região aprovou um recurso da Advocacia-Geral da União que defendia o direito do governo de fazer atividades em alusão ao tema. 

Para tornar a situação ainda mais complexa, a “comemoração” acontece em meio a crise política e militar. Ontem (30), os comandantes do Exército, da Aeronáutica e da Marinha pediram demissão por discordarem de posicionamentos equivocados do presidente da República. Os comandantes ressaltaram que “não participarão de nenhuma aventura golpista” encabeçada por Jair Bolsonaro. 

O Brasil está diante de um cenário nada favorável. O desemprego já atinge 14 milhões de brasileiros, o país ocupa o 9º colocado no ranking mundial dos países mais desiguais, vem enfrentando uma série de retirada de direitos trabalhistas e previdenciários desde 2016 e, agora, vê as bases de sua democracia serem afetadas por mais uma série de políticas e de medidas reacionárias. 

Muitos de nós, trabalhadores e sindicalistas, sentimos na pele os danos gerados pela ditadura militar. A tortura, o regresso, a censura e a morte jamais devem servir de motivo para celebração. Repudiamos com todas as nossas forças os atos em “comemoração” ao período mais sombrio da história do Brasil. 

Lembremos daqueles que lutaram até as últimas consequências por um país justo, livre e soberano. Exaltemos as lideranças trabalhistas, sociais e políticas que não se renderam aos absurdos impostos pelos militares. Lembremos dos inocentes que foram torturados e suas famílias que, até hoje, amargam a dor da perda. 

Tortura não se comemora. 

DITADURA NUNCA MAIS! 

Foto de abertura: Site Ditadura Nunca Mais

 

 

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