“Eles rasgaram a CLT, que é um acúmulo de conquistas”, diz Lula em reunião reservada

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recepcionado calorosamente pelas 17 entidades sindicais que compõem o Movimento Sindical Unificado de Jundiaí e Região, no início da tarde desta terça-feira (8), no salão social da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Jundiaí e Região.

Em reunião reservada, além de fazer um breve balanço sobre a conjuntura política atual e os novos rumos do Partido dos Trabalhadores (PT), Lula disse que não há possibilidades do país avançar se a legenda não estiver à  frente do governo. O petista também pediu que os sindicalistas continuem mobilizando as bases contra os desmontes de direitos. 

“Eu não vejo outra alternativa para o Brasil progredir no campo econà´mico e social se não for com o nosso partido governando”, afirmou. 

Na plenária, Lula discursou por aproximadamente 20 minutos para cerca de 100 pessoas – entre elas membros regionais da legenda. Ele fez interligações históricas sobre o passado e o presente de sua vida pública junto ao PT. “Antigamente você era perseguido por ser socialista, por ser sindicalista. Sempre houve momentos na história em que a gente foi censurado da nossa liberdade de manifestação e é isso que está acontecendo atualmente com a nossa filiação”, disse. 

O ex-presidente criticou duramente a Reforma Trabalhista, sancionada pelo presidente Michel Temer no dia 13/7 e que entra em vigor no mês de novembro. Para Lula, a medida irá trazer regressos para a classe trabalhadora, por conta da retirada de direitos básicos e dificuldades na representatividade, devido ao enfraquecimento dos sindicatos e à  negociação direta entre empregados e empregadores.

“Eles rasgaram a CLT, que é um acúmulo de conquistas, e junto com isso vão diminuir o papel da Justiça do Trabalho. Tudo que o governo quer é que os trabalhadores se afastem dos sindicatos, e que as negociações sejam diretas. Percebemos que não há nenhuma possibilidade do trabalhador sair ganhando com isso.”, afirmou.

 

Após o discursar, Lula posou para fotos com os convidados e almoçou com membros do PT e lideranças sindicais da região

 

O petista fez um apelo aos sindicalistas para que continuem buscando meios de mobilizar os trabalhadores nas portas das fábricas. “Os sindicatos vão ter que lutar pra caramba. Acabou aquele tempo de aumento real, de emprego. No nosso mandato nós recuperamos quase 800 mil empregos da categoria metalúrgica. E pior, o atual governo está forçando o consumo de produção estrangeira”, declarou o ex-presidente. 

A rápida visita a Jundiaí, na verdade, foi um prolongamento da principal ação do petista na cidade de Franco da Rocha. 

Para o diretor sindical, Wilson Ribeiro (Med), que também é membro do Movimento Sindical Unificado, a passagem de Lula por Jundiaí traz ânimo para os ativistas. “Foi ótimo receber essa visita, foi enriquecedora. Já estava na agenda do Lula passar por Franco da Rocha e ele ficou sabendo que aqui na nossa região os sindicatos estavam mobilizados em diversas ações. Agora sabemos que a nossa união está sendo reconhecida em nível nacional. Estamos no caminho certo”, declarou o diretor. 

Eliseu Silva Costa, presidente do Sindicato, estava ao lado do ex-presidente durante a reunião. O sindicalista lembrou da visita do ex-presidente na inauguração da Sede da entidade e dos avanços obtidos pelos trabalhadores na gestão PT. “Eu não poderia deixar de vir aqui para deixar o meu abraço. Há três anos ele marcou presença na inauguração da nossa nova Sede, que é a casa do trabalhador. Vale lembrar também que no mandato Lula/Dilma a classe trabalhadora avançou na geração de empregos e aumentos reais nos salários. Isso ninguém nunca fez”, disse o presidente ao lado dos diretores sindicais José Carlos Cardoso (Mineiro), Daniel Silva e Natanael Onofre Matias (Caé). 

 

Astra Website Security