Entre a ferramenta e a caneta: aposentado possui vasto acervo de poemas
Um jaleco azul, um sorriso franco no rosto e as mãos, que carregam a experiência de anos de trabalho no setor metalúrgico, mas que nas horas vagas carregam a caneta com muita leveza. à‰ assim que André Batista leva a vida. Entre as tarefas e ferramentas de sua pequena serralheira, ele ainda encontra tempo para realizar sua atividade favorita: escrever poemas.
O aposentado, de 79 anos muito bem vividos, atuou na empresa Sifco durante 18 anos. Ele lembra com carinho dos velhos tempos. “Foi um período de muito companheirismo e aprendizado. O profissionalismo nos dominava, estávamos buscando realizações e tudo isso fez com que surgissem grandes amizades”, disse. Na Sifco, Batista atuou como Modelador e acredita que, graças à experiência adquirida e ao amor pelo ofício, foi possível compartilhar bons ensinamentos. “Todos aqueles que eram novos dentro da empresa recebiam boas instruções dos colegas mais experientes. Eu ensinei muita gente, transformamos a Sifco em uma grande empresa”, declarou.
Além do trabalho, Batista também expressa toda sua criatividade e sentimento na criação de poemas, atividade que entrou na vida do Modelador há 29 anos. “Elaborei o meu primeiro poema em 1987, ano em que comemorei bodas de prata. Depois não parei mais”, explicou. O acervo de André é variado, seus poemas abordam temas como espiritualidade, amor, amizade, política e cultura. Ele afirma que o trabalho nunca o impediu de rascunhar versos. “Durante esses anos escrevi aproximadamente uns 70 poemas. Para uma pessoa como eu, que trabalha até hoje, está de ótimo tamanho.”
Ao entrar em sua serralheira, onde realiza pequenos serviços “para não ficar parado”, é possível ganhar alguns minutinhos lendo versos e frases escritos por André Batista. “A poesia é tudo aquilo que vivemos, é o mundo à nossa volta”, finalizou.