Governo dialoga com Congresso para evitar alterações na MP do salário mínimo
O ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, manifestou ontem (23) a preocupação do governo com as emendas à Medida Provisória (MP) 672/15, que estende a atual política de reajuste do salário mínimo até 2019.
Segundo Gabas, existem emendas a serem votadas no Congresso que alteram a proposta original. Nelas, segundo o ministro, os benefícios acima do piso salarial seriam corrigidos usando a fórmula do salário mínimo.
“A proposta de parlamentares é que os benefícios previdenciários também tenham ganho real, ou seja, acima da inflação. E nós explicaremos aos deputados que os impactos disso para a Previdência é muito alto. Não é possível reajustar todos os benefícios acima da inflação.”
De acordo com o ministro, se essa proposta fosse aprovada e aplicada ainda este ano, a partir de junho, a Previdência Social teria um gasto adicional de R$ 4,6 bilhões. O gasto adicional correspondente ao ano todo seria o dobro, de R$ 9,2 bilhões.
“Isso é metade do ajuste que foi feito com tanto esforço pelo governo, com tanta discussão para que o governo volte a investir e o país volte a crescer. Isso inviabiliza nossa estratégia de sustentabilidade da Previdência”, disse Gabas. Em 2014, a Previdência Social fechou com déficit de R$ 58 bilhões.
Atualmente, o governo paga R$ 26,7 bilhões em benefícios previdenciários. A proposta está pautada para apreciação hoje (24) na Câmara dos Deputados.
Foto: Reprodução/Agência Brasil