Metalúrgicos se mobilizam contra a reforma da Previdência

Começou bem cedo a mobilização do Sindicato dos Metalúrgicos no Dia Nacional de Paralisação Contra a Reforma da Previdência, que acontece em todo o Brasil nesta quarta-feira (15/03). Além da presença nas portas das fábricas e na manifestação no centro da cidade de Jundiaí, os metalúrgicos arrecadaram assinaturas em apoio à  CPI da Previdência.

Eram 5 horas e ainda estava escuro quando os diretores do Sindicato falaram para mais de 2 mil trabalhadores na entrada da Foxconn II, próximo à  rodovia Anhanguera. Responsável pelas ações sindicais na empresa, a vice presidente do Sindicato, Rose Prado, argumenta que somente a luta e a conscientização possibilitará mudanças no quadro atual. “Nós não concordamos essa reforma imposta pelo governo. à‰ momento de união, devemos evitar o desmonte da Previdência Social. E nós, mulheres, devemos ficar mais atentas e preparadas para o enfrentamento, pois seremos nós as mais afetadas por essa reforma”. 

 

A vice presidente do Sindicato, Rose Prado, reforçou que a categoria precisa estar unida

 

Depois, a ação atingiu o Distrito Industrial, onde o Sindicato marcou presença na porta da fábrica na KSB Válvulas. “Não podíamos deixar de vir aqui na KSB, uma empresa que em tem grande importância nacional. Os trabalhadores sabem das reformas da previdência e trabalhista, mas continuamos enfatizando que não podemos abaixar a cabeça. Trabalhar ininterruptamente por 49 anos fará com que o trabalhador morra trabalhando”, disse o diretor sindical, Luís Carlos de Oliveira (Lú). 

Na Thyssenkrupp, Eliseu Silva Costa falou apresentou os principais impactos da reforma da Previdência

Em Campo Limpo, centenas de trabalhadores da Thyssenkrupp ouviram atentos as explicações sobre as propostas do governo para a reforma da Previdência. O presidente do Sindicato, Eliseu Silva Costa, marcou presença e não deixou de enfatizar que a luta é mais do que necessária neste momento. “Os companheiros precisam entender que, no congresso, nós temos poucos representantes da causa trabalhista. A maioria dos parlamento é formada por empresários e latifundiários. Esse fato precisa passar por uma reflexão para que possamos escolher melhor os nossos representantes. E claro, para que possamos fortalecer ainda mais a nossa luta”, ressaltou o presidente durante assembleia. 

Os metalúrgicos também estiveram no centro de Jundiaí, no ato organizado pela Intersindical, no calçadão da rua Barão, onde líderes e trabalhadores de várias categorias protestaram contra a reforma. Logo após, o grupo de manifestantes fez uma passeata pelas ruas do centro com uma pequena pausa em frente ao prédio da Previdência Social e finalizando na Praça da Matriz. “Não podemos permitir que essa reforma tire o pouco que o trabalhador possui e poupe as grandes empresas e bancos, que são os grandes devedores”, declarou o diretor do Sindicato, Wilson Ribeiro (Med). 

 

Juntos com a Intersindical, metalúrgicos protestam no centro de Jundiaí. 

O diretor de base, Wilson Ribeiro (Med), falou em nome do Sindicato dos Metalúrgicos

No início da tarde, o Sindicato marcou presença na Continental, em Várzea Paulista. Eléscio Caldato, diretor do Sindicato, reforçou que os trabalhadores devem ficar atentos à s notícias e participarem ativamente das mobilizações envolvendo a reforma da Previdência. “Essa luta é para garantir o nosso futuro e dos nossos filhos e netos. O objetivo oculto da proposta é inviabilizar a previdência pública para que o trabalhador busque a previdência privada, e com isso só os bancos enriquecem”, disse. 

Na troca de turno, trabalhadores da Continental participaram da assembleia

 

Abaixo assinado 

Em todos os atos, o Sindicato distribuiu boletins informativos sobre a questão e colheu assinaturas dos trabalhadores para um abaixo-assinado em apoio à  CPI da Previdência, de autoria do senador Paulo Paim, que tem por objetivo passar a limpo a verdade sobre o suposto “rombo” na Previdência. Já foi demonstrado que, em 2015, apesar da recessão, não houve rombo, como o governo alega. Houve, na verdade, um superávit de mais de R$ 11 bilhões.

“Precisamos investigar para onde está indo esse dinheiro que deveria ser destinado à  Previdência, por isso a necessidade de se fazer essa CPI. Estamos nos mobilizando e convidando todos os trabalhadores, metalúrgicos ou não, a participar desse abaixo-assinado em apoio à  essa CPI”, reforça Eliseu.

A mobilização dos metalúrgicos prosseguirá no período da tarde, junto a outros trabalhadores em diversas empresas.

 

 

 

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