PEC da Previdência é prioridade na Câmara
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que trata da Reforma da Previdência Social, terá prioridade na primeira semana de trabalhos legislativos na Câmara dos Deputados. O objetivo é criar e instalar a comissão especial destinada a analisar a PEC. O ato de criação da comissão já foi assinado pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e deverá ser lido hoje (7) em sessão plenária. A instalação deverá ocorrer na quinta-feira (9), após os líderes partidários indicarem os integrantes.
A Reforma da Previdência têm gerado críticas e muita preocupação, o ponto central da proposta é polêmico e vai contra a realidade trabalhista e social do país: a definição de uma idade mínima de 65 anos tanto para homens quanto para mulheres.
Em matéria publicada no The Intercept Brasil, a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Isabel Marri, afirma que, em 19 municípios brasileiros a expectativa de vida é de 65 anos, e em outras 66 cidades é de 66 anos. “As expectativas de vida são menores em locais mais pobres. As áreas menos favorecidas têm condições de vida e de saúde muito abaixo das ricas, devido à s desigualdades do país”, afirma.
Para o presidente do Sindicato, Eliseu Silva Costa, a Reforma da Previdência precisa ter um debate amplo e transparente. Na avaliação do sindicalista, a reforma atenderá os interesses dos banqueiros. “A PEC será uma tragédia na vida do trabalhador. à‰ uma medida que irá contemplar grandes bancos e os interesses das seguradoras, que terão mercado para previdência privada”, afirma.
O presidente do Sindicato também ressalta que, caso seja necessário, haverá mobilização da categoria para evitar os malefícios da Reforma. “Trata-se de um governo integrado por partidos e pessoas com pensamentos retrógrados e comprometidos com uma agenda neoliberal. E se engana quem acha não haverá mobilizações contra essa medidas equivocadas, já participamos de reuniões intersindicais, manifestos e realizamos palestras sobre esse assunto. Iremos intensificar ainda mais essa pauta para que toda a classe trabalhadora entenda o quanto estamos sendo prejudicados”, disse.
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABR