Reformas da Previdência, tributária e política devem sair ainda em 2016
Agência Brasil
O ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Eliseu Padilha, disse na quinta-feira (14), após reunir-se com empresários em São Paulo, que o governo pretende fazer as reformas da Previdência, trabalhista, tributária e política até o final deste ano. Segundo Padilha, a reforma mais urgente é a da Previdência.
“Se quisermos fazer as reformas, tanto da Previdência, quanto trabalhista, tributária e política ”“ e queremos essas quatro antes do final do ano ”“ não se pense em um calhamaço de reforma com 60 artigos porque não sai nada. O que precisamos fazer são tópicos”, disse o ministro. “A reforma prioritária é a da Previdência. Dois: trabalhista; três: tributária; e quatro: política.”
Na Previdência, os itens prioritários são a questão da idade, da diferença entre os sexos e da diferença entre as profissões. Na área trabalhista, Padilha não citou quais são os itens prioritários, mas disse que o governo pretende modificar “dois ou três temas”.
Segundo o ministro, o governo não tem propostas sobre esses assuntos e pretende construí-las junto com a sociedade. “Não queremos ter proposta. Queremos que todos sejam responsáveis. Se o governo tiver posição monocrática, não haverá reforma nenhuma.” De acordo com Padilha, o governo sabe que será necessário um período de transição após as reformas. “Em todas essas medidas tem que haver um tempo de transição. Isso é olhar o que aconteceu no mundo desenvolvido, onde existem sistemas previdenciários sustentáveis. Vai colocar de imediato? Não. Temos que negociar tempo de transição.”
O ministro reafirmou que o governo vai continuar “passando um pente-fino” em algumas medidas para “colocar ordem na casa” e evitar a necessidade de criação de algum imposto para conter o déficit, o que poderia ser encarado como medidas impopulares. “Já passamos um pente-fino nas questões do seguro-desemprego e do auxílio-doença e vamos economizar, com isso, R$ 7 bilhões por ano. São medidas populares ou impopulares? São medidas de justiça.”
Com tais medidas, o governo pretende evitar a criação de mais um imposto. “O governo não quer saber de aumento de impostos. O presidente Michel Temer diz: ‘Não me fale em aumento de imposto antes de esgotarmos todas as nossas possibilidades internamente’. Pente fino para diminuir despesas e pente fino para aumentar receitas”, explicou Padilha. “Por enquanto, a ordem do presidente é não falar em imposto. Primeiro vamos colocar a casa em ordem.”
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Eliseu Silva Costa, as medidas que poderão ser tomadas por Padilha colocarão em risco as conquistas históricas dos trabalhadores e os direitos dos aposentados. “Trata-se de um governo integrado por partidos e pessoas com pensamentos retrógrados e comprometidas com uma agenda neoliberal, expressa na chamada ‘Ponte para o futuro’. E se engana quem acha que não haverá mobilizações contra essas medidas equivocadas, estamos preparados para defender o que é nosso. Eles estão tratando como um problema tudo que serviu de solução para a vida da maioria da população”, disse.
Foto: Câmara dos Deputados