Seminário sobre segurança do trabalho lota auditório do Sindicato

O segundo dia da Semana do Metalúrgico teve auditório lotado para o “Seminário sobre Saúde e Segurança do Trabalho”.

Trabalhadores da ThyssenKrupp, Sifco, Teves, Foxconn, Continental, Neumayer Tekfor, Compal, entre outras empresas, não se intimidaram com a noite fria e participaram do evento organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí, Várzea e Campo Limpo.

“Tratar desse assunto, dentro da Semana do Metalúrgico, é indispensável para fortalecer as ações dos
cipeiros dentro das empresas”, avalia o diretor José Carlos Gomes Cardoso (Mineiro), também responsável pela área de saúde do Sindicato.

A Dra. Telma R. Salles, médica do trabalho do Sindicato, apresentou um balanço dos atendimentos na
área de Saúde, apontando inclusive as empresas com maior número de reclamantes e os tipos mais
comuns de doenças apresentadas. “Percebemos que houve uma grande redução no número de
atendimentos. Isso não significa que os acidentes de trabalho diminuíram. Entendemos que esse fator seja decorrente da crise, com a dispensa de muitos trabalhadores.”

Na sequência, Carlos Aparecido Clemente, vice ­presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e
Região, e membro do Conselho Intersindical Saúde e Seguridade Social, traçou um panorama atual sobre segurança do trabalho. “Hoje, cerca de três mil trabalhadores morrem no Brasil , todo ano, vítimas de acidentes de trabalho”, informou ele.

Para lutar contra essa realidade, Clemente reforçou sobre a importância de se registrar todas as ações
das Cipa, bem como relatos dos acidentes de trabalho. “Os trabalhadores ficam doentes e não aparecem
as informações. Cadê as atas das reuniões da Cipa? Cadê os comunicados de acidentes de trabalho
(CATs) ? Percebemos que enquanto a empresa funciona, os dados não são repassados. Mas depois que
ela fecha, começam a surgir os casos”, relata ele.

A necessidade da formalização dessas informações também foi assunto da explanação do Dr. Erazê Sutti,
advogado do Sindicato. “Tem que documentar tudo: atas de reuniões, CATs, ASO (atestado de saúde
ocupacional), ofícios, etc. Isso serve como prova durante um processo”, orienta ele, comentando também
sobre a importância de procurar o apoio do Sindicato . “O cipeiro tem que usar o Sindicato, pois é uma
entidade que tem experiência, tem história de luta. Temos que atuar juntos, na coletividade, todo dia, mas com estratégia.”

Gilberto Almazan, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região e membro do Departamento
Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho também participou do
seminário, contribuindo ainda mais para atualizar os companheiros sobre o assunto.

A Semana do Metalúrgico prossegue até domingo, dia 29.

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