Sindicalistas iniciam Campanha Salarial 2022
Foi dado o pontapé inicial da Campanha Salarial 2022 da categoria metalúrgica. Na manhã desta terça-feira (30), os representantes dos 54 sindicatos filiados à Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo (FEDMETALSP) se reuniram na sede da entidade, em São Paulo, com o objetivo de definir as principais diretrizes que serão seguidas nas mobilizações e as estratégias das negociações com os sindicatos patronais. O candidato à vice-Presidência pelo PSB na chapa com Lula, Geraldo Alckmin, marcou presença na reunião.
Os sindicalistas buscam mobilizar os trabalhadores em torno da defesa dos direitos. O consenso entre as lideranças sindicais é que o diálogo em torno dos salários é essencial, e defendem que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) precisa ser analisada profundamente para que os metalúrgicos não sejam afetados pelas investidas patronais na retirada de cláusulas do documento.
Além o do diálogo em torno dos cenários trabalhista e econômico, os representantes dos trabalhadores deram ênfase ao cenário político e ao protagonismo sindical dentro da política.
Para Eliseu Silva Costa, presidente da FEDMETALSP e do Sindicato, as mobilizações da Campanha Salarial e a atuação política precisam estar interligadas.
“Em nossas mobilizações precisamos ser transparentes com os trabalhadores. Nós não temos uma política de salários. A garantia de aumento salarial e manutenção dos direitos dependem, exclusivamente, de nós, trabalhadores e sindicalistas organizados. Por isso, companheiros e companheiras, precisamos lutar nas fábricas e colocar representantes da nossa causa no Congresso, para que possamos ter voz e avançar”, argumentou Eliseu.
Apesar da ocasião marcar oficialmente o início da Campanha Salarial, o tema vem sendo debatido nas fileiras sindicais desde o início de agosto e de forma descentralizada, com a diretoria FEDMETALSP organizando os Encontros Regionais com os sindicatos filiados.
Os trabalhadores de Jundiaí, Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista devem ficar atentos. Nos próximos dias o Sindicato irá convocar toda a categoria a Assembleia Geral da Campanha Salarial.
“Como sempre enfatizamos, quanto maior o número de pessoas envolvidas, maior o nosso poder na mesa de negociação. É a oportunidade dos trabalhadores de contribuírem com sugestões e reivindicações para formalizarmos uma pauta ampla. Por isso, contamos com a presença e o apoio de todos”, convocou Eliseu.
Representatividade trabalhista e plataforma política
Durante a reunião, o protagonismo dos trabalhadores na política foi analisado pela candidata a Deputada Federal pelo PDT, Monica Veloso, e pelo candidato a Deputado Estadual pelo Solidariedade, Carlos Augusto (Carlão).
“A luta sindical é histórica. É de combate, enfrentamento e também de conserto. Fazemos parte de um movimento sindical que procura construir um país melhor por meio de propostas. Infelizmente, no cenário atual, os movimentos sindical e social perderam o espaço para apresentar seus pontos de vista”, explicou Monica.
A candidata reforçou a importância da mobilização sindical com finalidade política. “O cenário atual exclui a classe trabalhadora do processo de construção da sociedade. E não se dá legitimidade para a nossa luta somente com a CCT, pois ela serve para organizar os trabalhadores nas fábricas. Já a política pública, organiza e dá condições de vida para toda a sociedade. Por essa razão, a luta nas fábricas precisa estar alinhada com a luta por políticas públicas”, ressaltou.
Carlão deu destaque para a representatividade dos trabalhadores no âmbito eleitoral e político. “Atualmente, não temos um número considerável de representantes dos trabalhadores nem na Assembleia Legislativa e nem na Câmara Federal. Para se ter uma ideia, dos 513 deputados que estão em Brasília, cerca 40 representam os trabalhadores. Sendo assim, precisamos fazer a maioria, se tivermos lá mais de 50% a situação vai mudar bastante. Somos a maioria e precisamos eleger pessoas que estão compromissadas com as pautas dos trabalhadores”, explicou o candidato.
Geraldo Alckmin fez uma breve análise sobre a atual conjuntura política e apresentou uma série de medidas que fazem parte da plataforma de governo da chapa com Lula. “O primeiro compromisso nosso é com emprego e renda, fazer a economia crescer. Nos oito anos do Governo Lula, a economia do Brasil cresceu em média 4,1%. No último ano, cresceu 7,5%”, disse.
No ponto de vista de Alckmin, o pós-pandemia mostrou aos brasileiros a necessidade da produção própria de bens. “A pandemia passa e a globalização continua, uns produzem aqui e outros produzem lá. E agora temos o princípio da precaução, ou seja, não podemos depender de tudo que é de fora. É preciso produzir aqui também, até por precaução. E isso vai abrir uma oportunidade de reindustrialização”.