Sindicato abre a 4ª Semana do Metalúrgico alertando sobre os impactos da Reforma da Previdência
A abertura oficial da 4ª Semana do Metalúrgico foi realizada na noite de ontem (27), no auditório da sede do Sindicato, recebendo como convidado especial o cientista político Luis Fernando Vitagliano, que apresentou os principais impactos da proposta da Reforma da Previdência do atual governo. Também participaram do evento os advogados convidados, Dr. Erazê Sutti e Dra. Areta da Camara, representantes do departamento jurídico do Sindicato.
Para o presidente Eliseu Silva Costa, dar início à Semana do Metalúrgico debatendo um assunto tão importante e atual demonstra preocupação do Sindicato. “Estamos atentos e em alerta sobre essas mudanças que estão querendo impor aos trabalhadores. Ter acesso a essas informações é de extrema importância para todos nós que estamos nas portas das fábricas e lutamos pela defesa dos direitos dos trabalhadores”, avaliou ele, que também é presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo.
A questão da distribuição de renda e os principais pontos da Reforma foram abordados por Vitagliano. “O país não está passando por uma crise da Previdência, mas sim por uma crise de desemprego. O que resolve o déficit da Previdência é o emprego formal, com contribuição de trabalhador e do empresário”, apontou o professor. Segundo estatísticas, em 1980 havia 9,2 pessoas em idade ativa para cada idoso. A previsão para 2060 é que tenha 1,6 pessoa em idade ativa para cada idoso. “A tendência é, cada vez mais, ter menos trabalhadores para cada idoso. E com o desemprego em ascensão, haverá menos gente empregada contribuindo com o INSS.”
Para ele, antes do governo discutir uma reforma para o sistema previdenciário brasileiro, é preciso discutir como se criam novos postos de empregos formais. “Repito: a crise não está na Previdência. A crise está no desemprego.”
Endossando as análises de Vitagliano, o advogado do Sindicato, Dr. Erazê Sutti, trouxe uma reflexão histórica sobre a criação da Seguridade Social no Brasil e qual sua utilidade, bem como importantes artigos da Constituição Brasileira.
“Infelizmente estamos vivendo a precarização e informalização do emprego. Após a Reforma Trabalhista, o trabalhador vem sendo cada vez mais prejudicado”, avalia ele, lembrando da extinção do Ministério do Trabalho, em janeiro deste ano, e da pressão pelo fim da Justiça do Trabalho.
Completando as análises, a Dra. Areta da Camara, também representante do departamento jurídico do Sindicato, apresentou uma breve explicação sobre as propostas de mudança da Reforma da Previdência para a categoria metalúrgica.
Ela, que recentemente esteve em Brasília, na Câmara dos Deputados, comentou sobre as regras de transição referentes à idade mínima, novos cálculos, sobre a retirada da proteção ao risco da integridade física, entre outros pontos importantes para a categoria. “O tema é muito vasto, por isso o que foi apresentado aqui é apenas um resumo do que está por vir. É importante que tanto os diretores aqui presentes, como os trabalhadores, busquem sempre se informar para garantir seus direitos, por isso estamos à disposição para dar mais orientações”, ressaltou ela.
Para o secretário geral do Sindicato e criador do Projeto de Lei que deu origem à Semana do Metalúrgico, Natanael Onofre Matias (Caé), é importante a abordagem de temas que contemplem a conscientização da sociedade. “Isso vai de encontro ao nosso projeto de sermos um sindicato-cidadão. Quanto mais próximos e mais bem informados estivermos, mais forte será a nossa luta”, garantiu ele, convidando toda a sociedade a participar dos próximos eventos.
A Semana do Metalúrgico prossegue até o dia 1 de junho. CLIQUE AQUI e fique por dentro de todas as atividades.