Sindicato e GM chegam a proposta. Votação será dia 28
O Sindicato dos Metalúrgicos e a General Motors chegaram, neste sábado, dia 26, a uma proposta de acordo para trazer novos investimentos para a planta de São José dos Campos.
Se a proposta for aprovada em assembleia, marcada para segunda-feira, a GM vai investir R$ 500 milhões na fábrica e manter 750 trabalhadores na produção do Classic até dezembro deste ano.
Após nove horas de negociação, empresa e Sindicato chegaram a uma proposta que estende por mais dois meses o período de layoff. Depois desse período, caso sejam desligados, os trabalhadores terão direito a uma multa de três salários-base.
Dos 779 funcionários que estão em layoff, 150 lesionados serão realocados para atividades compatíveis no interior da unidade. Se a proposta for aprovada em assembleia, os funcionários que trabalham na produção do Classic entram em férias coletivas a partir de terça-feira, dia 29, até 14 de fevereiro.
Esse período foi determinado para que a GM reponha as peças necessárias para a retomada da produção do Classic, que seria desativada caso não se chegasse a um acordo.
Dessa forma, o setor MVA (Montagem de Veículos Automotores) não seria mais fechado este ano. A proposta de acordo inclui 16 itens, entre eles: – Investimento de R$ 500 milhões direcionados à s áreas da Powertrain (motores e transmissão), Estamparia e S10, no período de 2013 e 2017.
– Produção do Classic até dezembro, com 750 trabalhadores. Após esse período, haverá nova negociação.
– Quem está em layoff terá extensão do processo por dois meses.
Ao final, se a empresa demitir, terá que pagar uma multa de três salários. O trabalhador poderá optar por sair imediatamente e receber cinco salários, além dos direitos trabalhistas.
– Renovação das cláusulas sociais na data-base da categoria para 2013 a 2015.
– Discussão entre GM e Sindicato sobre formas de antecipação da aposentadoria para quem estiver prestes a se aposentar.
– A GM se compromete a negociar, em primeiro lugar, com o Sindicato, caso haja projeto de investimento em um novo veículo no Brasil. – Nova grade salarial para novos funcionários, apenas na fábrica de componentes (Powertrain, Estamparia e Plástico), com piso de R$ 1.800. – Jornada de trabalho que possibilita duas horas extras por dia. Poderá haver folga em até 12 dias por ano, que serão compensados posteriormente.
– Reaproveitamento de lesionados em atividades compatíveis, devendo ser definidas em conjunto com o Sindicato.
– Garantia do nível de emprego. – Inclusão em cláusula de acordo coletivo reconhecendo que o período de minutos que antecedem e sucedem a jornada contratual, limitados a 40 minutos diários, não serão considerados como tempo a disposição da empresa.
Na hipótese de ocorrer desligamento da fábrica, o Sindicato ajuizará ação referente ao período anterior a esta negociação.
A assembleia que irá votar a proposta acontecerá na próxima segunda-feira, nas entradas dos turnos. “O acordo vai ser aprovado ou não pelos trabalhadores. São eles que decidem. Foi um acordo possivel, impede o fechamento do MVA e garante investimento na fábrica de São José dos Campos. A empresa foi obrigada a rever seus planos pressionada pela mobilização dos trabalhadores. As montadoras estão recebendo vários benefícios do governo, que poderia ser mais incisivo para impedir qualquer espécie de demissões, conforme sempre reivindicou o Sindicato e a CSP-Conlutas”, o presidente do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá.
– = = Acordo entre GM e metalúrgicos garante apenas uma parte dos empregos ameaçados São Paulo – Os metalúrgicos de uma das oito fábricas da General Motors, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, decidem amanhã (28), em assembleias que serão feitas a cada início de turno, se aprovam ou não o acordo fechado ontem (26) entre as lideranças do sindicato da categoria e representantes da montadora, após mais de nove horas de negociação.
A GM voltou atrás na intenção de desativar completamente a MVA (Montagem de Veículos Automotores) e se comprometeu a investir R$ 500 milhões nas áreas de produção da pick-up S10, de motores e transmissão, além da estamparia. Ainda pelo acordo, metade do quadro de pessoal que era considerado excedente (750 trabalhadores) poderá ser absorvida nas atividades de montagem do modelo Classic, com garantia de estabilidade pelo menos até o fim deste ano. Também será prorrogado o sistema layoff para os 779 metalúrgicos que estão nessa condição. Ou seja, esses empregados ficam com o contrato de trabalho suspenso temporariamente, mas continuam a receber os seus salários, sendo parte dos ganhos pagos com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Se ao final desse período houver desligamentos, os demitidos irão receber o valor de uma multa de três salários-base. Segundo nota do sindicato, caso a proposta seja aprovada, os metalúrgicos da unidade onde é produzido o Classic entram em férias coletivas a partir de terça-feira (29) e vão permanecer fora até o dia 14 de fevereiro, período em que a GM irá repor peças e preparar o local para a retomada da produção.
Dentre os 16 itens do acordo fechado ontem, constam rodadas de negociação sobre a antecipação da aposentadoria para aqueles trabalhadores que estão próximos de completar o tempo para se aposentar. Além disso, foi definido novo piso salarial para os setores de produção de componentes (powertrain, estamparia e plástico), que passa a ser R$ 1.800.