Companheiros da Joyson insatisfeitos com proposta de PPR, faixas salariais e desorganização da empresa

Em duas assembleias realizadas na manhã e tarde da terça, 1º de fevereiro, os trabalhadores da Joyson demonstraram grande insatisfação com a proposta de PPR feita pela direção e também com as faixas salariais e a desorganização interna da empresa.

Os diretores de base Vera Maria Cyrino, Roberto Pereira de Souza (Betinho) e Clodoaldo dos Santos Clavico (Gazeta), que trabalham na empresa, foram enfáticos ao denunciar a degradação das condições de trabalho na Joyson durante as assembleias.

As metas propostas para PPR (Programa de Participação nos Resultados) propostas para 2023 são consideradas pelos trabalhadores impossíveis de serem atingidas.

Como a meta proposta é mensal, e não anual como a anterior, e é aplicada para toda a fábrica, se um setor cometer algum erro todos os trabalhadores perdem.

São metas, segundo disse Betinho, difíceis de serem executadas e acompanhadas pelos trabalhadores.

Por isso, foi pedido mais tempo para que a comissão de fábrica que avalia o PPR possa estudar o assunto e discutir com a empresa.

Reajustes desproporcionais nos Planos de Saúde

Outro ponto importante levantado durante as assembleias foram os reajustes de plano de saúde, transporte, alimentação e outras taxas acima do reajuste concedido aos trabalhadores, de 6,46%, o que gerou um impacto muito grande no orçamento dos funcionários da Joyson.

A diretora Vera Cyrino cobrou da empresa mais organização e respeito pelos funcionários.

“Para conseguir uma meta de PPR a empresa precisa se organizar primeiro, de cima para baixo. Porque, com essa bagunça, é impossível”.

As falhas, segundo ela, vão desde o desleixo com a limpeza do refeitório e banheiros, até a falta de lugar adequado para estoques e ferramentas de trabalho.

Muitos problemas a serem solucionados

O diretor Gazeta enumerou os problemas da empresa:

Falta mão-de-obra e há máquinas quebradas no Almoxarifado, além do espaço físico ser inadequado. Na Ferramentaria não há correção das faixas salariais há 10 anos, o pessoal é reduzido e há funcionários fazendo mais de uma função, o que compromete a segurança, além de faltar material básico, como graxa e parafusos.

Na unidade PU (poliuretano) os funcionários estão insatisfeitos por não terem oportunidade de crescimento, faltam ferramentas e há uma mistura de profissionais de diferentes níveis de experiência no mesmo setor (níveis 1, 2 e 3). Muitos trabalhadores executam funções pelas quais não são remunerados.

Na Fundição, a operação de limpeza de fornos está sendo feita por pessoas sem habilitação técnica, há vazamento de óleo em máquinas e robôs quebrados.

Outro problema denunciado na assembleia é que a verificação de Qualidade têm sido feitas por pessoas sem treinamento.

O diretor Betão, o vice-presidente Mineiro e os diretores Vera, Betinho e Gazeta

União dos trabalhadores

As assembleias também tiveram a participação do presidente do Sindicato, Eliseu Silva Costa, do vice-presidente José Carlos Gomes Cardoso (Mineirinho) e do diretor Lázaro Roberto da Silva (Betão).

O presidente do Sindicato, Eliseu (que está na foto de abertura), e o vice, Mineiro, pediram união dos trabalhadores para que juntos, funcionários e Sindicato, possam tomar ações que beneficiem a todos e lembraram que as conquistas não vieram de graça e sim da luta e da união dos trabalhadores.

“Muitas pessoas acham que a empresa dá os benefícios, mas não é assim: todos os benefícios foram conquistados com a luta dos trabalhadores e Sindicato. Esse aqui é um Sindicato que não fica parado. Por isso, quero pedir a todos que se juntem a nós”, disse o vice-presidente.

Para o presidente, Eliseu Silva Costa, somente com a união dos trabalhadores é possível preservar as conquistas, garantir direitos e avançar para o benefício de todos.

Nova assembleia

Sindicato e trabalhadores marcaram uma nova assembleia para o início de março, quando serão avaliadas as providências pedidas à empresa e deliberados os caminhos a seguir na conquista de melhorias para os trabalhadores.

 

Deficientes auditivos

Intérprete de libras traduziu a assembleia para os deficientes auditivos

A assembleia teve a participação das intérpretes de libras Francielly Domingues e Fabiana Magoga como forma de levar a informação a todos os funcionários, uma vez que a empresa tem um grupo de funcionários com deficiência auditiva.

O grande problema apontado por Francielly e também pelos diretores do Sindicato é que a empresa contrata pessoas com deficiência auditiva, mas não tem intérpretes de libras que facilitem a integração deles com os outros funcionários e com a própria operação das máquinas e equipamentos.

A principal reclamação dos funcionários com deficiência auditiva é justamente a não integração. Eles, segundo os diretores, não se sentem parte da empresa.

O vice-presidente, Mineirinho, disse que a integração dos deficientes auditivos vai entrar na pauta de reivindicações do Sindicato junto à direção da empresa.

“Em outras empresas conseguimos que fossem contratados profissionais que fazem diariamente ginástica laboral com os funcionários, vejo que o mesmo pode ser feito na Joyson em relação aos deficientes auditivos. Não precisa contratar uma pessoa em tempo integral, mas tem a garantia de uma presença constante na fábrica”, disse Mineiro.

 

FOTOS: Comunicação Sindicato

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